terça-feira, agosto 22, 2006

Agnés Varda ganha sua 1ª retrospectiva no Brasil

A cineasta Agnés Varda ganha a sua primeira retrospectiva completa no Brasil a partir desta terça-feira em São Paulo, no Centro Cultural Banco do Brasil.

Considerada por muitos uma precursora da Nouvelle Vague, Varda nasceu na Bélgica e foi para a França quando era adolescente. Seu primeiro longa foi La Point Courte, de 1955.

O segundo filme da cineasta, Cléo das 5 às 7, de 1961, é um dos mais famosos de Varda. Conta a história de uma jovem cantora que vaga por Paris esperando pelo resultado de um exame que pode confirmar que ela está com câncer. A ação se passa em tempo real.

Em 1965 a cineasta lança o longa As Duas Faces da Felicidade, outro filme celebrado pela crítica.

Neste momento, Varda já era considerada a voz feminina da Nouvelle Vague, movimento cinematográfico francês liderado por nomes como Godard e Truffaut.

A cineasta também ficou conhecida por seu envolvimento com o movimento feminista e participou, em 1971, do Manifesto das 343, em que mulheres francesas assinaram uma petição declarando que já tinham praticado o aborto e pedindo a sua legalização.

Varda foi casada com o cineasta Jacques Demy (1931-1990). Demy foi o diretor de musicais como Os Guarda-Chuvas do Amor.

A vida de Demy inspirou histórias levadas às telas por Varda como a do longa de 1991 Jacquot de Nantes e também o documentário L'Universe de Jacques Demy, de 1995.

Fotografia

Antes de sua estréia como cineasta, Agnés Varda já desenvolvia uma promissora carreira como fotógrafa profissional. Mesmo depois de dirigir seus primeiros longas, Varda continuava viajando e foi a Cuba, onde fez fotos como a de Fidel Castro.

Em 1968 Varda viaja para a Califórnia, quando seu marido, Jacques Demy, teve uma curta experiência em Hollywood.

Em uma foto tirada em um parque de Los Angeles, Varda mostrou, entre outros, Jim Rado e Jerry Ragni, autores do musical Hair e a atriz Viva!, que participou dos filmes de Andy Warhol.

Durante sua viagem à Califórnia, Varda filma o longa Amor de Leões. Suas fotos desta época mostram marginais e hippies.

A cineasta também viajou para a China, onde retratou a pesada rotina de trabalho no país, como a de jovens estivadores às margens do rio Yang Tse Kiang.

Além da mostra de cinema, a exposição de 50 fotos de Varda se chama Daqui De Lá (por aqui, por ali, em alguns países) e se concentra em fotos das décadas de 50 e 60. As duas mostras estão no Centro Cultural Banco do Brasil, em São Paulo, até o dia dez de setembro.

A cineasta também viajou para a China, onde retratou a pesada rotina de trabalho
no país, como a de jovens estivadores às margens do rio Yang Tse Kiang. Varda
também trabalha com imagens de impacto visual, como a destes alunos com máscaras,
próximos ao deserto de Góbi.
Fonte: BBC Brasil.com